Banners VaP

sábado, 29 de dezembro de 2012

NOVA YORK


  • UCO MAIS DE 400
  •   |  ISTOÉ Online
  •   |  28.Dez.12 - 18:11
  •   |  Atualizado em 29.Dez.12 - 09:08
Número de homicídios em Nova York registra queda histórica em 50 anos
AFP
O número de homicídios em Nova York atingirá este ano seu nível mais baixo em meio século, desde 1963, quando começaram a coletar dados sobre assassinatos, informou nesta sexta-feira o prefeito da cidade, Michael Bloomberg.
O nível mínimo histórico anual de homicídios era 2009, informou nesta sexta-feira (28) o prefeito da cidade, Michael Bloomberg, em um ato da polícia nova-iorquina.
Nova York registrava 414 homicídios até 28 de dezembro de 2012 e se transformará, dentro de alguns dias, no ano com menos assassinatos na cidade, após a redução do número de 471 assassinatos registrados em 2009, que era o mínimo até agora.
Em 1963, quando começaram a realizar estatísticas completas do crime, Nova York tinha registrado 548 assassinatos.
A partir daí o número teve um aumento constante até atingir um teto de 2.245 homicídios em 1990, uma média de seis por dia.
 

"Fui abusada sexualmente várias vezes"


"Fui abusada sexualmente várias vezes"

Dita por Xuxa, essa frase compõe a relação das mais marcantes de 2012; conheça as demais

AE
POLÍTICA
"Estou mais firme que as pirâmides"
Mário Negromonte, ministro das Cidades, negando boatos de que seria o próximo a sair na reforma ministerial da presidente, pouco antes de cair, junto com outros seis ministros.
"É uma lástima que os meios de comunicação não se disponham a contar as coisas maravilhosas que foram realizadas neste país pelo regime militar"
Agnaldo Timóteo, cantor-vereador, exaltado durante sessão da Câmara Municipal que aprovou a criação de uma Comissão da Verdade em São Paulo.
"Tenho uma amiga que se separou - e o ex-marido não é ex-presidente ou senador da República - e tem pensão de quase R$ 40 mil"
Rosane Collor, ex-primeira dama, reclamando da pensão de R$ 18 mil que recebe do ex-presidente e senador Fernando Collor de Melo.
"E só confusão"
Marta Suplicy, ao tomar posse no Ministério da Cultura, dando um diagnóstico sobre a pasta que assumiu depois da demissão de Ana de Hollanda. Ela disse ainda que nunca viu um site tão ruim quanto a página oficial do ministério.
"A Interpol tá me procurando? Vai na Rua Costa Rica, 146, e me encontra"
Paulo Maluf, ex-prefeito de São Paulo e atual deputado (PP-SP), antes de ser condenado pela Corte Real de Jersey a devolver US$ 22 milhões aos cofres públicos.
"Eles simplesmente não param de cometer crimes. É o tempo inteiro, é o modus operandi deles, está na vida deles."
Suzana Fairbanks, procuradora da República, referindo-se ao petista Paulo Vieira, ex-diretor de Hidrologia da Agência Nacional de Águas, e a seus irmãos Rubens Carlos Vieira, ex-diretor de infraestrutura aeroportuária da Anac, e Marcelo Rodrigues Vieira, empresário, que foram presos na Operação Porto Seguro da Polícia Federal.

ECONOMIA
"De maneira alguma eu levarei em consideração esta, diríamos, sugestão. Muito obrigada"
Dilma Rousseff, presidente, respondendo à "sugestão" da revista britânica The Economist de demitir o ministro Guido Mantega.
"A privada moderna foi inventada em 1775 e nós imediatamente paramos de inovar... até agora"
Bill Gates, cofundador da Microsoft, que deu US$ 400 mil para universidades desenvolverem novas tecnologias para a privada do século 21. "Quatro em cada dez pessoas não têm um lugar seguro para fazer cocô - isso são 2,6 bilhões de pessoas", escreveu no twitter, justificando o investimento.
"Agora é tudo com você, Graciosa"
Dilma Rousseff, presidente, na posse da engenheira Graça Foster no comando da Petrobrás.
"É uma piada"
Guido Mantega, ministro da Fazenda, criticando o relatório do banco Crédit Suisse, em junho, que reduziu de 2% para 1,5% a projeção de crescimento para o Brasil em 2012, enquanto ele previa 4,5%. Após resultado do PIB do terceiro trimestre, o próprio ministro passou a contar com uma taxa abaixo de 2%.
"O que ficará no lugar se a gente desperdiçar essa riqueza com calçadas de luxo e obras suntuosas?"
Aloizio Mercadante, ministro da Educação, ao defender o uso dos royalties do petróleo na educação.

VARIEDADES
"Fui abusada (sexualmente) várias vezes."
Xuxa, apresentadora, em entrevista ao quadro O que Vi da Vida, no programa Fantástico, da Rede Globo.
"Sou periguete, sim"
Madonna, pop star americana, no show no Rio. A cantora tatuou as palavras "peri" e "guete" especialmente para a turnê no Brasil, no início de dezembro.
"Não parei de tirar fotos para o meu marido."
Carolina Dieckmann, atriz, declarando à revista Quem que não se intimidou depois que teve fotos íntimas roubadas e divulgadas na internet.
"Essa indiscrição momentânea colocou em risco a pessoa que mais amo e respeito, Rob. Eu o amo. Eu sinto muito"
Kristen Stewart, atriz da saga Crepúsculo, pedindo desculpas públicas ao namorado, Robert Pattinson, pela traição revelada na capa da revista People.
"Status: Ocupado. Juntando moedas"
Rafinha Bastos, humorista, no Twitter, após ser condenado a pagar 30 salários mínimos à cantora Wanessa Camargo, por agressões feitas ao vivo e que também lhe custaram a vaga no programa CQC, da TV Bandeirantes.

INTERNACIONAL
"Aves de mau agouro! Não me lembro sequer do que é dor de cabeça"
Fidel Castro, ex-presidente cubano, ironizando os rumores de que estaria à beira da morte.
"Cinco minutos depois, uma sensação de alívio se espalharia"
Binyamin Netanyahu, premiê israelense, tentando convencer políticos de que um ataque nuclear contra o Irã reduziria tensões no Oriente Médio.
"Transmitam uma mensagem a Malala: peço perdão pelo o que meu irmão fez"
Rehana Haleem, irmão do suposto autor do atentado contra a jovem ativista paquistanesa Malala Yousufza, de 15 anos, que defende o direito de meninas frequentarem a escola.
"Eu deveria ser premiado por todas as coisas boas que fiz"
Radovan Karadzic, ex-líder político dos sérvios da Bósnia perante os juízes do Tribunal Penal Internacional, em Haia, onde é julgado por genocídio.
"Não estamos pedindo que nos deem razão. Estamos pedindo que sentem para dialogar"
Cristina Kirchner, presidente argentina, sobre a discussão com o premiê britânico David Cameron sobre a soberania das Malvinas. Na cúpula do G-20, ela queria entregar um envelope com resoluções da ONU para um diálogo sobre as ilhas do Atlântico Sul. Cameron se recusou a receber e saiu.

GERAL
"Ganhar não significa nada"
Mo Yan, escritor chinês ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, manifestando-se a respeito da premiação. Ele afirmou que continuará concentrado na criação de novas obras, "trabalhando duro".
"É absurdo que 3% da população tenha fumado e terem sido armados exércitos para combatê-los"
José Celso Martinez Corrêa, dramaturgo e diretor do Teatro Oficina, sobre o consumo de maconha. Segundo o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, 1,5 milhão de brasileiros fumam maconha diariamente.
"É no Brasil que se decide o preço do pó"
Roberto Saviano, escritor e jornalista italiano jurado de morte pela máfia desde a publicação do livro Gomorra (2006), sobre o papel do Brasil no narcotráfico internacional
"Por R$ 100 mil e ainda por cima pra ele, Oscar Maroni?! Dio mio, divina comédia!"
Catarina Migliorini, estudante catarinense, que leiloou a virgindade por R$ 1,5 milhão, sobre ter se oferecido a Oscar Maroni, como alegara o dono da boate Bahamas
"O seu cérebro é mediano"
Maria Lúcia Diniz Abdalla, em mensagem de texto para a filha que pedia ajuda pelo celular para responder às questões do Enem: "Mãe, o que é mediana?". Maria Lúcia se dirigiu até o local onde a menina fazia a prova, na Universidade de Sorocaba (SP), e alertou os fiscais sobre o ocorrido. "Outras pessoas poderiam ser prejudicadas", argumentou.

ESPORTES
"Temos de dar um empurrão, um chute no traseiro e entregar a Copa"
Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, ao criticar a preparação brasileira para a Copa de 2014.
"Deixo definitivamente a presidência da CBF com a sensação do dever cumprido"
Ricardo Teixeira, ao renunciar após ficar 23 anos no cargo.
"Embora eu seja capaz de competir com os melhores pilotos do mundo, é hora de dizer adeus e, desta vez, para sempre"
Michael Schumacher, ao anunciar o fim da carreira na Fórmula 1.
"Quero dizer algo a vocês: Eu sou, agora, uma lenda viva. Quero que isso saia escrito em seus países, ao redor de tudo o mundo"
Usain Bolt, velocista jamaicano, após conquistar o bicampeonato olímpico dos 100 e 200 metros.
"Nós temos a obrigação, sim, de ganhar o título. Não somos favoritos no momento, mas pretendemos nos tornar durante a competição"
Luiz Felipe Scolari, ao assumir o comando da seleção brasileira, falando da Copa de 2014. 

Previsões 2013


Previsões 2013

Confira em vídeo o que o tarô e os búzios preveem sobre o ano que começa

Izadora Rodrigues
Para ter uma ideia do que o Ano Novo nos reserva, a reportagem de ISTOÉ Online falou com o tarólogo Marcello Schmitd e o pai de santo Toninho de Xangô. Depois de consultar seus jogos, eles falaram sobre a economia do País, sobre o desempenho da presidenta Dilma e a saúde do ex-presidente Lula, revelaram quais famosos irão brilhar, previram o desempenho da Seleção Brasileira e do Corinthians e alertaram sobre a possibilidade de novas catástrofes climáticas e assassinatos em série.
previsoes_site.jpg

Os grandes eventos do ano de 2013 De eleições a campeonatos mundiais de futebol, saiba o que será notícia no ano que se inicia


Os grandes eventos do ano de 2013

De eleições a campeonatos mundiais de futebol, saiba o que será notícia no ano que se inicia

AFP
A posse do presidente Barack Obama será o primeiro grande evento do ano de 2013, que será marcado por uma série de eleições nacionais, com destaque para as de Israel, Tunísia, Irã e Paquistão, além de Itália e Alemanha.
 
Confira abaixo o que será notícia no ano que vem:
 
JANEIRO
 
- 20 e 21 - Washington: Juramento do presidente Barack Obama, seguido pela cerimônia de posse, que marca o início do segundo mandato do 44º presidente dos Estados Unidos.
- 22 - Israel: Eleições legislativas antecipadas após a dissolução do Parlamento israelense em outubro; o primeiro-ministro Benyamin Netanyahu é o grande favorito em um clima de tensões regionais.
- 23 - Jordânia: Eleições legislativas antecipadas após a dissolução do Parlamento pelo rei Abdallah II.
 
FEVEREIRO
 
- 7 a 17 - Berlim: 63º Festival de Cinema de Berlim. O diretor chinês Wong Kar Wai presidirá o júri.
- 24 e 25 - Itália: Eleições legislativas antecipadas.
- 24 - Hollywood (Estados Unidos): 85ª Cerimônia de entrega do Oscar.
- Egito: Eleições legislativas após a adoção da nova Constituição (data a precisar).
 
MARÇO
 
- 4 - Quênia: Eleições gerais (presidencial e legislativas), que devem ser tensas; as últimas eleições foram marcadas por uma violência sem precedentes em 2007-2008.
 
MAIO
 
- 15 ao 26 - Cannes (França): 66º Festival de Cinema.
- Paquistão: Eleições legislativas, consideradas como o primeiro grande teste para a democracia deste país, onde três governos civis foram derrubados por golpes de Estado desde sua criação, em 1947.
 
JUNHO
 
- 14 - Irã: Eleição presidencial para escolher o sucessor de Mahmoud Ahmadinejad.
- 15 a 30 - Brasil: Copa das Confederações de futebol.
- 17 e 18 - Irlanda do Norte/Reino Unido: Cúpula do G8.
- 23 - Tunísia: Eleições presidencial e legislativas (eventual 2º turno em 7 de julho) previstas após a adoção da nova Constituição.
 
JULHO
 
- 19 ao 4/8 - Barcelona (Espanha): Mundial de Natação.
- 23 ao 28 - Rio de Janeiro (Brasil): Jornada Mundial da Juventude (JMJ) na presença do papa Bento XVI.
- 10 ao 18 - Moscou: Mundial de Atletismo.
- 28 ao 7/9 - Veneza (Itália): 70ª Mostra de Cinema.
 
SETEMBRO
 
Alemanha: Eleições legislativas. A chanceler cristã-democrata Angela Merkel brigará por um terceiro mandato.
 
OUTUBRO
 
Estocolmo/Oslo (Suécia/Noruega): Anúncio dos Prêmios Nobel.
 
NOVEMBRO/DEZEMBRO
 
- Polônia: Conferência da ONU sobre o clima.

Para as aves, o canto dos machos é música


Para as aves, o canto dos machos é música

Assim como a música provoca prazer nos seres humanos, o canto de alguns pássaros ativa a região análoga de seus cérebros ligada à recompensa

O canto dos pássaros envolve os mesmos mecanismos neuroafetivos que as músicas
O canto dos pássaros envolve os mesmos mecanismos neuroafetivos que a música (Thinkstock)
Será que o canto dos pássaros causa entre eles a mesma sensação de prazer que a música causa entre os seres humanos? Os cientistas Sarah E. Earp e Donna L. Maney, da Universidade Emory, em Atlanta (EUA), publicaram na Frontiers of Evolutionary Neuroscience uma pesquisa para tentar desvendar essa questão, existente no mundo científico desde os tempos de Darwin.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Birdsong: is it music to their ears?

Onde foi divulgada: Frontiers of Evolutionary Neuroscience

Quem fez: Sarah E. Earp e Donna L. Maney

Instituição: Universidade Emory, EUA

Dados de amostragem: 23 pardais-de-garganta-branca de cada sexo

Resultado: Canto do pássaro e música envolvem os mesmos mecanismos neuroafetivos em ambos os ouvintes: humanos e pássaros.
De acordo com o artigo publicado, a maioria das tentativas de comparar o som dos pássaros com a música humana tem se centrado nas qualidades dos sons em si, tais como melodia, ritmo, estrutura e criatividade. Outra característica da música humana é capacidade de gerar prazer em quem a escuta. Por isso, as pessoas se mobilizam para ouvi-la, seja indo em um show ou comprando um CD, comportamento semelhante observado em alguns pássaros, que procuram cantos que os agradam. Estudos realizados na década passada usando equipamentos que fazem imagens do cérebro em funcionamento mostraram que a música ativa regiões do cérebro ligadas à recompensa, ou seja, escutar música nos deixa felizes.
Esta nova pesquisa descobriu que a mesma coisa acontece com alguns pássaros: o mesmo sistema de recompensas é ativado em aves do sexo feminino no estado de procriação escutando o canto dos pares do sexo masculino.
Para a pesquisa foram utilizados 23 pardais-de-garganta-branca (Zonotrichia albicollis) de cada sexo. Os dados de fêmeas e machos foram analisados separadamente. Quando submetidos à mesma experiência, no entanto, a resposta dos pardais machos, ao escutar o canto de outro pássaro do sexo masculino, foi um tanto diferente. A reação foi semelhante a das pessoas quando estão escutando músicas desagradáveis. De toda forma, as respostas sugerem que o canto dos pássaros e a música envolvem os mesmos mecanismos neuroafetivos tanto nos humanos quanto nos pássaros.

Brahimi chega à Rússia para impulsionar transição na Síria


Diplomacia

Brahimi chega à Rússia para impulsionar transição na Síria

Mediador internacional vai explicar os resultados de sua visita de cinco dias a Damasco - onde se reuniu com o ditador sírio, Bashar Assad, e a oposição

O ministro Sergei Lavrov e mediator Lakhdar Brahimi, em Moscow
O ministro Sergei Lavrov e mediator Lakhdar Brahimi, em Moscow (Sergei Karpukhin / Reuters)
O mediador internacional da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi, chega neste sábado à Rússia para impulsionar o processo de transição política no país árabe em virtude dos acordos de Genebra, pactuados pelas grandes potências, incluindo os EUA e a Rússia. Segundo as agências locais, Brahimi se reunirá com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, a quem explicará os resultados de sua visita de cinco dias a Damasco, onde se reuniu com o ditador sírio, Bashar Assad, e a oposição.
A proposta que o mediador colocou a Damasco e à oposição síria é a pronta criação de um Executivo de transição com representantes de ambas as partes em conflito, o principal ponto estipulado no último dia 30 de junho em Genebra. O mediador considera que esse acordo "reúne todos os elementos necessários para pôr fim ao conflito na Síria nos próximos meses", embora ainda necessite de "algumas mudanças". Entre essas remodelações, figuraria a que o governo de transição inclua ministros que não pertençam à confissão alauíta, que professa o presidente, e nem aos sunitas radicais.
Além disso, as mudanças também estipulam que Assad continue no poder até a segunda metade de 2013, mas sem que tenha direito a se apresentar às próximas eleições presidenciais, previstas para 2014. Nesta semana, Lavrov assegurou que ainda há como solucionar o conflito na Síria através dos acordos de Genebra, mas que esse tempo anda se esgotando. Ao mesmo tempo, o chefe da diplomacia russa pediu ao regime sírio concretizar sua declarada disposição ao diálogo com a oposição.
Em relação ao futuro de Assad, do que o Kremlin parece ter se distanciado nas últimas semanas, a Rússia mantém que os acordos de Genebra não estipulam sua renúncia como condição para o diálogo, insistindo em que o povo sírio é quem deve ter a última palavra. "Com todo o respeito à comunidade internacional, o povo sírio é quem deve decidir. Esta é uma postura de princípio", afirmou Lavrov. Lavrov e Brahimi também falarão sobre uma possível reunião conjunta com os EUA em janeiro, quando poderia traçar um plano de transição mais específico à Síria.
(Com agência EFE)

Campanha antifumo inglesa mostra câncer dentro de cigarro


Campanha antifumo inglesa mostra câncer dentro de cigarro

Vídeo veiculado a partir desta sexta-feira alerta que a cada 15 cigarros fumados, uma mutação que pode levar ao câncer ocorre no organismo

campanha cigarro
Campanha antitabaco britânica mostra o desenvolvimento do câncer dentro de um cigarro (Reprodução)
Uma campanha antitabaco lançada nesta sexta-feira na Inglaterra mostra o desenvolvimento de um tumor dentro do cigarro. O objetivo da mensagem é alertar o fumante para o fato de que a cada 15 cigarros fumados, uma mutação que pode levar ao câncer aparece no corpo. Segundo o Departamento de Saúde inglês, órgão responsável pela campanha, a ideia é encorajar os fumantes a largarem o vício como uma resolução de Ano Novo.
Leia também:
EUA divulgam fotos de advertência para maços de cigarro
Imagens em maços de cigarro são mais efetivas para combater o fumo


O governo britânico irá gastar 2,7 milhões de libras (cerca de 9 milhões de reais) na campanha que será veiculada pela TV, outdoors e online até março de 2013. O vídeo foi preparado após pesquisas apontarem que um a cada três fumantes acredita que os riscos de saúde associados ao hábito são exagerados.

Antitabaco — A campanha é a primeira com uma abordagem mais agressiva desde a campanha de 2004, na qual imagens mostravam gordura escorrendo de um cigarro acesso. As propagandas em pôster e em vídeo, veiculadas pela Fundação Britânica do Coração, mostravam ainda imagens de artérias entupidas com gordura. À época, elas atraíram uma enorme resposta pública.

A atual campanha britânica é direcionada, principalmente, aos jovens fumantes, que não tiveram contato com as imagens de 2004. O programa antitabaco conta ainda com a distribuição gratuita em farmácias de um Quit Kit, que promete ajudar os fumantes na tentativa de largar o cigarro.

Comentários

A PICARETAGEM NO SETOR ELÉTRICO DO PAÍS


28/12/2012 - 14:43

Energia

Dilma sanciona com vetos lei sobre intervenção em elétricas

Texto tem como origem a MP nº 577, que já permitiu que o governo interviesse em oito distribuidoras de eletricidade do Grupo Rede

Presidente Dilma Rousseff durante cerimônia de entrega do Prêmio Finep de Inovação 2012
Após aprovação no Congresso, Dilma sanciona lei com vetos (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
O Diário Oficial da União (DOU) publicou nesta sexta-feira, com dois vetos, a lei que dispõe sobre a extinção de concessões de serviço público de energia elétrica, a prestação temporária do serviço e a intervenção nas empresas para adequação do mesmo. O projeto de lei foi sancionado pela Câmara dos Deputados em 4 de dezembro e pelo Senado no dia 13.
Os vetos são os parágrafos 4º e 5º do artigo 16 relativos à cessão de indisponibilidade se o inquérito concluir pela ausência de prejuízo à concessionária. O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Advocacia Geral da União (AGU) entenderam que o dispositivo referia-se equivocadamente à ausência de prejuízo e não de responsabilidade.
O texto, sancionado pela presidente Dilma Rousseff, tem como origem a Medida Provisória nº 577. A MP foi publicada em agosto e já foi aplicada no processo de intervenção do governo emoito empresas do Grupo Rede Energia. A regra fixa que o poder concedente, por meio da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), poderá intervir na concessão de serviço público de energia elétrica para assegurar a prestação adequada dos serviços.
A medida também estabelece que, no caso de extinção da concessão, o poder concedente prestará o serviço temporariamente, por meio de órgão ou entidade da administração pública federal, até que o novo concessionário seja contratado por licitação, por meio de leilão ou concorrência.
(com Estadão Conteúdo)

BANDIDO CONDENADO ASSUME CÂMARA FEDERAL


Congresso

136 mil por mês: o preço da falta de pudor de Genoino

Condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha, petista assumirá mandato na Câmara. Até que o STF o retire de lá, vai gerar mais prejuízo ao país

Gabriel Castro, de Brasília
José Genoino
Mesmo condenado pelo Supremo, petista assumirá vaga na Câmara ( Dorivan Marinho/Folhapress)
O ex-presidente do PT José Genoino, condenado no Supremo Tribunal Federal por corrupção ativa e formação de quadrilha, vai mesmo reassumir o mandato na Câmara dos Deputados. Em 2010, ele não teve votos suficientes para conquistar uma cadeira na Casa, mas ficou na suplência. A espera terminou: Carlinhos Almeida (PT) renunciou ao mandato para assumir a prefeitura de São José dos Campos (SP) e abriu caminho para Genoino, que perderá uma nova oportunidade de demonstrar ao país um pouco de pudor. A posse deve ocorrer no início de janeiro. 
O Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que os mensaleiros com mandato na Câmara – três são parlamentares da Casa – perderão o mandato. Mas a determinação só será cumprida após o trânsito em julgado do processo do mensalão, o que depende da análise dos embargos apresentados pelos réus. O ex-presidente do PT foi condenado a 6 anos e 11 meses de prisão, que terá de cumprir em regime semiaberto. Juntamente com o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, Genoino formava o núcleo político do maior esquema de corrupção da história brasileira.
Enquanto são julgados os recursos da ação, Genoino, vai poder apresentar projetos de lei, participar de comissões, votar em plenário e discursar na tribuna da Câmara. Terá, também, direito ao auxílio-moradia (3 000 reais), à verba indenizatória para gastos de rotina (27 769 reais) e à contratação de 25 assessores (até 78 000 reais). Receberá, ainda, um generoso salário de 26 723 reais – exatamente o que recebem os ministros do STF que o condenaram. O total do "custo-Genoino" pode chegar a 135 492 reais por mês.
Considerando que Pedro Henry (PP-MT), João Paulo Cunha (PT-SP) e Valdemar Costa Neto (PR-SP) também foram condenados pelo STF e estão cumprindo hora extra na Câmara, o total desperdiçado pode ultrapassar os 500 000 reais por mês.
Em janeiro, o Congresso não vai se reunir um dia sequer. Genoino, portanto, tomará posse para receber sem trabalhar. Como mostrou o julgamento do mensalão, o petista certamente contribui mais ao país quando está ocioso.

AS DOZE TAREFAS DE DILMA


29/12/2012 - 08:31

Conjuntura

Com reformas de Dilma, Brasil não é mais porto seguro

Presidente promove mudanças estruturais em curto período para estimular avanço da indústria, mas obtém o efeito contrário. Empresários são intimidados pela perda de previsibilidade econômica e paralisam investimentos

Ana Clara Costa e Talita Fernandes
A presidente da República, Dilma Rousseff, participa de café com jornalistas em 27 de dezembro de 2012
Dilma pede confiança a investidor, mas suas ações acabam por afastá-lo (Fernando Bizerra Jr/EFE)
Ao longo de 2012, o governo da presidente Dilma Rousseff empenhou-se em adotar algumas medidas estruturais que seus antecessores, sobretudo o ex-presidente Lula, deixaram passar. Desoneração da folha de pagamento das empresas, mudanças no ICMS dos estados, barateamento das contas de luz, queda forçada dos juros, diversos pacotes de estímulo à indústria e privatizações marcaram o segundo ano desta gestão petista. Por trás de todo este aparato, há um anseio, com nuances autoritárias, de transformar o Brasil numa nação com indústria competitiva – quer seja essa sua vocação, quer não. Neste contexto, o setor industrial teria motivos para comemorar. Mas não é isso que se verifica. Segundo analistas ouvidos pelo site de VEJA, as mudanças – feitas de forma truculenta e atabalhoada, sem um período de adaptação – têm tirado do país um bem adquirido com muito esforço desde o início do Plano Real, em 1994: o da previsibilidade. Diante de um governo que metralha medidas, que são, em muitos casos, protecionistas, o risco de se investir aqui aumentou.
Conteúdo nacional – A política do conteúdo nacional, iniciada no governo anterior, tem sido um dos principais veículos de execução de mudanças. Para aumentar a competitividade do setor industrial, o governo acredita que é preciso estimular uma cadeia produtiva forte em praticamente todos os seus elos e também reduzir de maneira expressiva as importações. Para tanto, o Palácio do Planalto dispunha de dois caminhos: (i) reduzir custos e aumentar a eficiência das empresas por meio de profundas reformas estruturais, como a tributária, ou (ii) a desoneração de áreas específicas da indústria em troca da utilização de cotas de produtos fabricados localmente para substituir importados. O caminho escolhido por Dilma foi o segundo. É um remédio que pode trazer um resultado mais rápido, mas cheio de efeitos colaterais. “Fortalecer a cadeia produtiva é um passo importante. A teoria é muito positiva. O problema é como isso é feito, pois pode afastar o investidor estrangeiro. É preciso que haja um tempo de adaptação”, explica Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento e sócio da consultoria BarralMJorge.
Ao querer dirimir diversos entraves setoriais de uma só vez, a presidente Dilma desovou medidas seguidas e de maneira brusca, com viés protecionista e resultados nem sempre agradáveis. O Planalto aproveitou que a queda da taxa básica de juros (Selic) em 2012 permitiu que o Tesouro desembolsasse menos para pagar o serviço da dívida pública e resolveu atuar de forma pouco ortodoxa na carga tributária – as desonerações fiscais representaram a principal medida na tentativa de estimular a economia. É correto afirmar que tal política beneficiou alguns segmentos, mas não mexeu no cerne do problema tributário brasileiro: sua profunda complexidade e pesada presença de impostos em cascata. Ao que tudo indica, o remédio também parece ter sido exagerado. Num cenário de arrecadação menos vigorosa como o atual, o governo federal conseguiu a proeza de fechar novembro com resultado primário negativo.
Parcialidade – Empresários reclamam que os pacotes frequentes deixam o sistema ainda mais complexo. E a opção governamental de olhar para a economia de 'forma parcial' mais atrapalhou que ajudou até o momento. Mesmo setores beneficiados pelo ímpeto de “bondade” da presidente "puxaram o freio" dos investimentos – num efeito combinado de expectativa do que está por vir, insegurança com as escolhas feitas por Dilma e uma economia que realmente esteve menos favorável no ano. Há segmentos que passaram os últimos doze meses praticamente travados no aguardo de pacotes para conseguirem se planejar para o futuro.
Diante deste quadro, a taxa de investimento declinou 2,4% no terceiro trimestre do ano, em sua a quinta queda trimestral consecutiva. De acordo com as últimas estimativas do Banco Central (BC), o mais provável é que recuará ainda mais. A autoridade monetária prevê um declínio de 3,5% para o quarto trimestre, segundo o Relatório Trimestral de Inflação divulgado na última quinta-feira. 
O efeito da avalanche de pacotes, na opinião de analistas, serão justamente novas quedas do investimento. O mercado avalia que 2013 também será um ano repleto de decretos, resoluções, medidas provisórias, editais, etc – e não de aportes reais na economia.
Efeitos colaterais – A dificuldade cada vez maior de antecipar minimamente o futuro de suas operações coloca em risco estratégias de longo prazo de empresas país afora – já que muitas delas desconhecem quando ou se algum outro pacote poderá ser anunciado. Outro agravante é o efeito ‘enquadramento’. Ocorre que, no intuito de beneficiar o setor privado, as bruscas mudanças impostas pelo governo acabam por criar um novo tipo de burocracia tributária: o desafio de conseguir se enquadrar nas exigências no governo. Isso significa, por exemplo, que as empresas devem não só cumprir as tais metas de conteúdo nacional, mas também provar que atuam conforme as métricas que o Planalto impõe. Para piorar, em muitos casos, os critérios são subjetivos e nebulosos.
O executivo de uma grande empresa de fabricação e varejo de roupas afirmou ao site de VEJA que continua à espera das bondades do governo. Ainda que o setor têxtil tenha sido alvo de vários benefícios fiscais e barreiras anti-importação, o enquadramento das empresas para receber os benefícios ainda não está resolvido. “Há muita publicidade em torno dos benefícios fiscais e das desonerações. Mas até conseguir resolver a burocracia e transformar benefícios em ganhos para a empresa e redução do custo Brasil, ainda levará muito tempo”, afirma.

Telefonia 4G
4G: Ericsson quer se enquadrar
A empresa sueca Ericsson, que está no Brasil há mais de um século, enfrenta um revés na certificação de um de seus produtos para conseguir desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A fabricante é uma das que estão habilitadas a fornecer equipamentos para a internet móvel de quarta geração (4G) a operadoras brasileiras, mas as exigências de conteúdo local feitas pelo governo podem atrapalhar o avanço da nova rede. De acordo com o edital publicado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), com base na Portaria nº 950, 10% dos equipamentos contratados pelas operadoras precisam ter tecnologia nacional. A partir de 2015, esse porcentual subirá para 15% e, depois, para 20% em 2017. Para obter o certificado de produto de tecnologia nacional para um rádio que será usado na rede, a Ericsson tentou o enquadramento junto ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e não conseguiu. A explicação é que o MCTI avaliou que a tecnologia havia sido adaptada, e não desenvolvida no Brasil.
A multinacional discorda. Ela afirma ter investido 8 milhões de reais para desenvolver o projeto no país em parceria com o instituto de pesquisa Fitec. Segundo o presidente da Ericsson para a América Latina e Caribe, Sérgio Quiroga, havia a intenção de investir 80 milhões de reais apenas em 2013 para desenvolver componentes para a rede 4G. Os planos, agora, estão paralisados. “Como vou chegar para a matriz e pedir mais investimentos para o Brasil depois de um ‘não’ como esse?”, argumentou Quiroga, em entrevista ao site de VEJA. A empresa recorreu junto ao MCTI. Quer detalhar melhor o desenvolvimento do rádio para mostrar que se trata de uma tecnologia nacional. Sem a desoneração propiciada pelo enquadramento na Portaria nº 950, as operadoras deverão comprar menos da empresa, colocando em xeque sua operação de telecomunicações no país. “Já tive de brigar muito na matriz para manter a Ericsson operando no Brasil”, diz Quiroga.
Segundo o MCTI, o problema de certificação da Ericsson é pontual. O órgão argumenta que 84 empresas que buscaram se enquadrar na Portaria nº 950 em 2012 e apenas seis não conseguiram. O secretário de Política de Informática da pasta, Virgílio Almeida, afirmou ao site de VEJA que entende a necessidade de as empresas utilizarem componentes importados em seus produtos e concorda que os processos de desenvolvimento tecnológico são cada vez mais globais. Mas foi taxativo em relação à necessidade de inovação em produtos fabricados no país. “Queremos que as empresas desenvolvam a engenharia de seus produtos aqui. Veja o exemplo da Embraer. Ela trabalha com peças provenientes de inúmeros países, mas possui uma engenharia única e característica. A tecnologia do conjunto é nacional”, afirma.
Surpresas desagradáveis – O ano de 2012 também foi um dos anos mais difíceis para o setor automotivo – tanto pelo protecionismo praticado pelo governo quanto pela burocracia de seus pacotes. O aumento de 30 pontos porcentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis importados, que entrou em vigor em dezembro 2011, paralisou o setor. Foi o maior incidente de insegurança jurídica empresarial no país até o recente episódio da renovação das concessões das distribuidoras de energia elétrica.
A medida elaborada pelo Ministério da Fazenda – e com o completo aval da presidente Dilma – determinou que, do dia para a noite, todos os importadores de veículos do país pagassem uma alíquota adicional de IPI nos veículos que trouxessem do exterior. Após semanas de brigas e até mesmo de ameaças de alguns países em levar o Brasil à Organização Mundial do Comércio (OMC) por protecionismo, o Planalto teve de conceder, ao menos, um prazo de adaptação. É que, em 20 de outubro de 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a medida por um prazo de noventa dias contados a partir da data de sua publicação no Diário Oficial, em 16 de setembro. A explicação é que o governo havia afrontado a Lei: a presidente violou garantia prevista no artigo nº 150 da Constituição, que dispõe que o cidadão não pode ser surpreendido com aumento de imposto sem que se respeite a noventena.

Carros em concessionária
Veículos importados: mercado fechado
A resolução, quando enfim entrou em vigor, lançou por terra as vendas de automóveis importados. Os empresários do setor paralisaram investimentos na ampliação de suas redes e, segundo a Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), mais de 10 mil postos de trabalho foram fechados. No início de 2012, veio outro baque: o governo anunciou a quebra do acordo automotivo com o México, que dava isenção de Imposto de Importação a automóveis e peças provenientes do país. Com o fim da parceria, o Brasil fixou cotas de importação que teriam o benefício fiscal – 1,45 bilhão de dólares em importados em 2012. Quem ultrapassasse esse número deveria pagar o imposto mais alto, na casa dos 35%. A medida prejudicou, inclusive, montadoras com plantas nacionais, como a Volkswagen e a Renault-Nissan, que mantinham importações expressivas do México.
Os dois anúncios, separados por um intervalo de menos de seis meses, fizeram com que o empresariado esbravejasse. A chinesa JAC Motors, que havia anunciado a abertura de uma fábrica no Brasil, ameaçou cancelar os planos. O mesmo fez a BMW.
Em abril, mais uma mudança: o governo anunciou uma prévia do Novo Regime Automotivo para o período 2013-2017, chamado de Inovar Auto, que seria decretado no decorrer do ano (o decreto só saiu em outubro). O documento tinha como objetivo legitimar as medidas anunciadas anteriormente e ampliar a ideia de conteúdo local para a indústria automobilística. Em teoria, as montadoras terão de investir um porcentual de sua receita em tecnologia, inovação e engenharia para escapar do IPI alto. No final das contas, as únicas empresas capazes de cumprir tais requisitos eram as que já estavam estabelecidas – e operavam no país.
O Inovar Auto prevê, no entanto, uma flexibilização do IPI alto para empresas interessadas em montar fábricas em território nacional. As que importam e não têm o menor interesse em se instalar no país, como é o caso das montadoras de carros de luxo, devem se submeter a cotas de importação que, se ultrapassadas, ficam sujeitas ao novo IPI.
Mais problemas – O novo regime automotivo entrará em vigor em 1º de janeiro de 2013, mas, até o momento, só metade das 30 empresas que pediram para serem enquadradas receberam resposta positiva. As que não conseguirem se habilitar não escaparão do imposto mais alto. O grupo Caoa – que fabrica no país os veículos Tucson e HR, da Hyundai – levantou um parque industrial de mais de 1 bilhão de reais em Anápolis, no interior de Goiás, mas até o momento não conseguiu a autorização. Projetos de expansão também estão sendo revistos. “Um projeto como o da Caoa é planejado durante anos. Quando, de uma hora para outra, a empresa descobre que terá de cumprir com coeficiente de conteúdo local e outros requisitos, tudo muda", afirma uma fonte ligada à empresa que preferiu não ter seu nome citado. Segundo a fonte, uma das dificuldades é encontrar fornecedores locais na velocidade que o governo deseja. "Um simples molde de uma peça demora mais de um ano para ser feito”, explica a fonte. Procurada, a Caoa não retornou o pedido de entrevista até o fechamento da reportagem. A Hyundai Brasil, que acaba de inaugurar fábrica em Piracicaba (em uma operação independente da Caoa), conseguiu se habilitar ao novo regime do setor.

Plataforma semi submersível SS-11 na Bacia de Santos
Petróleo: setor é o mais prejudicado
Tiro no pé – O setor de óleo e gás é, talvez, o mais penalizado pelas exigências de conteúdo local de Dilma e sua equipe. A política prejudica, diretamente, a própria Petrobras, que é a maior compradora do setor no Brasil. Em reportagem publicada pelo site de VEJA em agosto, Marcelo Mafra, chefe da Coordenadoria de Conteúdo Local da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), afirmou que, diante das dificuldades encontradas pelas fabricantes do setor naval em cumprir as metas, as empresas correm o risco de serem penalizadas com multas elevadas.
Dados preliminares da agência mostravam que, entre as empresas que fizeram parte da 7ª rodada de licitações – ocorrida em 2003 e cujos contratos de exploração terminam no fim de 2012 –, boa parte estava com defasagem muito grande entre o que foi proposto no leilão e o que, de fato, tinham conseguido alcançar. Segundo a ANP, as empresas vinham aplicando, em média, taxas de conteúdo local entre 25% e 30%, número bem inferior aos 55% determinados pelo governo.
Essas exigências no setor de óleo e gás não foram idealizadas apenas no governo Dilma. Elas surgiram em meados de 1999, mas foram ampliadas e aprimoradas pela atual presidente. Conforme reportagem publicada pelo site de VEJA no início de 2012, a presidente chegou a reunir empresários e ministros para um café em meados de 2011 e afirmou, com todas as letras, que iria estender a política de conteúdo nacional para todos os setores da indústria onde pudesse ser aplicada.
Segundo Pedro Marcelo Dittrich, advogado da área de petróleo do Tozzini Freire Advogados, as empresas que são atraídas ao país com a promessa de lucrar com o pré-sal temem não só a falta de fornecedores locais adequados, mas também o impacto que essa política pode ter em toda a cadeia de fornecimento dessas empresas no mundo. “Não adianta exigir 100% de conteúdo local. O país tem de verificar o estado da arte de sua indústria, isto é, quanto ela possui condições de produzir e de desenvolver”, explica.
A despeito do aumento do risco, do intervencionismo, do protecionismo e da incapacidade do setor industrial em fornecer equipamentos de ponta a todas as áreas (como sonha o governo), a presidente Dilma Rousseff não parece ver nisso um problema. Na opinião dos analistas, ela está praticamente sozinha, entoando um mantra de progresso que só ela entende – e se irrita profundamente quando os demais não aplaudem a estratégia. Em pronunciamento natalino de 2012, Dilma afirmou estar no caminho certo – e pediu que o setor privado caminhasse junto com ela. Tendo em vista que ela mesma coloca obstáculos no percurso, não é de se estranhar que a estrada esteja quase vazia.

As doze tarefas de Dilma

1 de 12

Desoneração para linha branca, móveis e construção

Planalto já pensa na quarta prorrogação de benefício para produtos da linha branca
Ante a percepção de que a crise internacional seria mais prolongada do que se imaginava, o Palácio do Planalto prorrogou por seguidas vezes a política, instituída em dezembro de 2011, de alíquotas reduzidas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre os eletrodomésticos da linha branca. A equipe econômica neste ano optou ainda por estender essa medida a móveis e materiais de construção. Após duas prorrogações do benefício, em 26 de março e em  29 de junho, o governo optou por  extender o benefício  até 31 de dezembro. Em contrapartida, os setores beneficiados comprometeram-se a manter e/ou elevar o nível de emprego. 
Como o PIB fraco insiste em seu tornar a marca do governo Dilma Rousseff, já se fala em nova prorrogação e até mesmo de redução permanente do imposto para alguns itens, como os tanquinhos.

Recomendados para você